O jogo dos frigoríficos se aproveitando da oferta que ficou estancada com a greve dos caminhoneiros e da necessidade de liquidez de muitos produtores tem dado certo em muitas regiões.  Em São Paulo, as indústrias foram para os negócios nesta terça (12) com escalas mais confortáveis, no Norte do Mato Grosso também e tem unidades do JBS no Mato Grosso Sul já encostando em julho.

Se esperava que poderia haver algum aperto nas compras, mas ainda a disponibilidade é razoável, de acordo com Gustavo Rezende Machado, analista da Agrifatto. Em São Paulo ele viu negócios para sete dias, com média de R$ 140/141,00 a @, sendo no europa até R$ 145,00.

A consultoria observou também que já há uma pressão baixista sobre os R$ 10,00/kg do boi casado, “depois da alta expressiva da semana passada”, o que demonstra que começa a melhorar a competitividade entre as empresas. Sinal de que a oferta tem prazo curto, mas também pode ser fator limitante de preços mais firmes com consumo sem resposta. Em Goiás e Minas Gerais a disponibilidade já estaria entrando, de acordo com Machado, em ajuste.

Em Alta Floresta, o produtor Carlos Dias também observou os frigoríficos comprando com mais folga, botando pressão em muitos produtores que precisam fazer dinheiro. E com pastos secando. Ele negociou fêmeas e touros de descaste – total de 552 animais – no JBS de Colider e conseguiu R$ 125,00/30 dias. Quanto à recria e engorda, Dias tem conseguido boa demanda por bezerros, mas a qualidade já começa a cair com o fim da estação de monta.

O JBS está comprando na região de Aquidauana, mas levando para morrer em Campo Grande, com as escalas beirando julho na unidade de Anastácia, que, segundo Frederico Stella, presidente do Sindicato Rural da cidade sul-matogrossense, está entrando em férias coletivas. Média de R$ 127/128,00.

Stella também notou os pequenos e médios baixando os preços nesta terça, para R$ 128/129,00, depois de arriscarem a semana passada a R$ 132,00. É a oferta batendo na porta.

BRF vai desativar linha de produção de carne de peru em Goiás

SÃO PAULO (Reuters) – A BRF <BRFS3.SA> vai desativar uma linha de produção de carne de peru em Mineiros (GO), afirmou nesta terça-feira o vice-presidente da empresa, Jorge Lima, em comissão no Senado, citando impactos de restrições à exportação.

“Temos feito o possível e o impossível para não fecharmos ativos, mas o fato é que nossos mercados para frangos e peru têm sido muito afetados. O mercado para suínos está na dependência da Rússia, caso eles abram, como estão prometendo”, disse o executivo na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), segundo a Agência Senado.

O objetivo da reunião foi debater os impactos da atuação da BRF em Goiás.

Segundo a agência, o executivo disse que a decisão da BRF é parte de redimensionamento “com o qual a empresa busca adaptar-se a dificuldades enfrentadas nos mercados local e global”.

Na semana passada, a China anunciou que vai impor direito antidumping sobre importações de carne de frango do Brasil. Os importadores chineses de carne de aves brasileiras terão que pagar tarifas de 18,8 a 38,4 por cento sobre o valor de suas compras a partir de 9 de junho.

Em março, a empresa informou que concedeu férias coletivas de 30 dias para os cerca de 500 funcionários da linha de produção de carne de peru da fábrica em Mineiros, em meio a ajustes na produção.

Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas