Em entressafra brasileira do boi, marcada por ganhos freiados pelo escoamento da carne andando mais de lado do que de frente, o Mato Grosso vive um dos ciclos mais ofertados de todos os tempos. No Sudoeste, onde estão os mais volumosos rebanhos – com Cáceres na liderança nacional – um exemplo de Pontes e Lacerda chama a atenção: as escalas dos frigoríficos do entorno estão para a virada do mês.

Tem boi de resto de pasto, de semiconfinamento e até de confinamento saindo junto, o que proporciona facilidades para os frigoríficos comprarem grandes lotes, arrastar as escalas e pressionar mais os valores. O JBS fechou dois grandes lotes, de dois pecuaristas, somando 10 mil cabeças.

“É muito boi e muita gente precisando vender”, apontou Luciomar Machado, um dos grandes criadores da região. Nas redondezas, em Vila Bela, outro terminador tem 6 mil cabeças para entregar, completou o pecuarista.

Machado vendeu no final da semana passada 500 bois, para morrer em 13 de agosto, tratados no semi, a R$ 133,00 a @. Outros 2,5 mil, “que já estou tratando, ia colocar à venda mas resolvi aproveitar a carcaça e deixar no proteinado para 2019”. ´Consegue segurar o capital e reinvestir à espera de uma alta para 2019.

Mato Grosso segue com suas aproximadas inalcançáveis 30 milhões de cabeças – se fosse um país, seria o 7º maior rebanho mundial -, e Luciomar Machado não tem esperança de ver o mercado reagir nem em setembro, no auge da entressafra, enquanto no Sudeste do Brasil entrará em jogo as expectativas do segundo giro de confinamento e a volta das águas.

Fonte: Notícias Agrícolas