Entidade mantem sua projeção, já que a maior parte dos mercados aumentou as compras do produto brasileiro nos 11 primeiros meses deste ano.

As exportações de carne bovina in natura e industrializada cresceram, 12% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando 158,24 mil toneladas. A receita dos exportadores aumentou 5% no mês passado, chegando a US$ 618 milhões. As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base em dados do governo federal.

No acumulado de janeiro a novembro deste ano, houve aumento de 10% em relação ao mesmo intervalo em 2017. O volume embarcado foi de 1,486 milhão de toneladas. A receita dos exportadores nos 11 primeiros meses de 2018 totalizou US$ 5,96 bilhões, crescimento de 8%.

“As exportações totais de carne bovina (in natura + processada) estão mantendo a previsão da Abrafrigo de um crescimento de 10% nas exportações brasileiras do produto neste ano”, informa a entidade, em nota.

A China tem sido o principal destino da carne bovina brasileira, aumentando, inclusive, sua participação na pauta de exportações do setor. De janeiro a novembro deste ano, os chineses receberam 43,9% do volume exportado pelo Brasil, número que considera também os embarques para Hong Kong. Ao todo, foram 656,39 mil toneladas.

Chile e Egito também foram destaques quando se contabiliza o acumulado nos 11 meses de 2018. Para os chilenos, os embarques passaram de 56,2 mil para 103,5 mil toneladas. Para os egípcios, de 138,36 mil para 166,4 mil toneladas. Na União Europeia, a maior parte dos países compraram mais carne bovina brasileira, com destaque para Alemanha, Espanha e Reino Unido.

“No total do acumulado até novembro 108 países ampliaram suas importações do Brasil enquanto outros 54 apresentaram redução”, diz a Abrafrigo.

Para analistas do banco holandês Rabobank, as vendas externas têm sido o grande destaque do setor de carne bovina neste ano. Em relatório, eles ressaltam que, mesmo enfrentando desafios, a pecuária brasileira conseguiu aumentar de forma significativa sua participação no mercado internacional.

No documento, lembram ainda que a China vem aumentando sua relevância como destino da carne bovina brasileira. Só de janeiro a outubro deste ano, comprou 55% a mais em relação ao mesmo período no ano passado. Os analistas acrescentam que o fim do embargo da Rússia pode agregar ainda mais volume a essas exportações.

“Apesar do reduzido número de plantas habilitadas após a reabertura, o mercado russo deve ser uma importante opção para as exportações brasileiras de carne bovina em 2019”, diz o documento.

O Rabobank acredita em uma expansão de 4% nas vendas externas do produto em 2019. É um movimento que pode ajudar a equilibrar a oferta, considerando um cenário de crescimento menor da produção brasileira de carne bovina, em torno de 2% no próximo ano.

Os analistas ressaltam apenas que esse equilíbrio também dependerá da demanda interna que, na avaliação deles, tende a acelerar seu crescimento no próximo ano. Bastante associado ao nível da renda da população, a expansão do consumo doméstico dependerá, no entanto, da recuperação da economia.

Fonte: Globo Rural