_As exportações brasileiras de carne bovina devem encerrar o ano com embarques de 1,62 milhão de toneladas. O volume é 10% superior ao exportado no ano passado. “É um recorde histórico”, enfatiza Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, que divulgou um balanço do setor nesta terça-feira (11), em São Paulo.

A previsão é fechar o ano com receita da ordem de US$ 6,541 bilhões, valor 7,4% superior ao registrado no ano passado. Tem mais, continua o executivo: “Em 2019, a tendência é superar esses números e chegarmos a um faturamento de US$ 7,3 bilhões com as vendas e a um volume embarcado de 1,8 milhão de toneladas.”

Camardelli diz que está otimista por causa das boas perspectivas de vendas para o mercado chinês, que foi o maior importador de carne bovina brasileira neste ano. O apetite voraz deve se repetir na temporada 2019. “O país asiático gastou US$ 1,5 bilhão em 2018. Diante das tratativas e das operações comerciais que estão sendo entabuladas, a aposta é sobre um faturamento ainda mais robusto”, afirma o executivo.

Ele observa que 16 plantas brasileiras estão autorizadas a exportar carne para a China. Recentemente, uma delegação de autoridades chinesas esteve no Brasil e visitou outras seis unidades que estão prontas para vender ao país asiático.

Segundo o presidente da Abiec, outros mercados francamente compradores são Egito, Chile e União Europeia. “O Egito vai de vento em popa.” Ele diz que a imagem da carne bovina brasileira é positiva lá fora por conta, entre outros fatores, da qualidade e outras características, como o marmoreio, que lhe garante o sabor.

Para justificar o otimismo em relação a 2019, Camardelli cita também a retomada das vendas para a Rússia. A Rússia já habilitou cinco plantas frigoríficas e vai comprar mais de 6 mil toneladas a cada mês, informa a Abiec.

O otimismo de Camardelli pode ser justificado ainda pela possibilidade futura de o Brasil exportar para países como Japão, Coréia do Sul, Indonésia, entre outros. “As tratativas estão avançadas”, anuncia Camardelli.

Segundo ele, os países que não são atendidos pelo Brasil formam um mercado apetitoso: “Respondem por expressivos 40% do comércio importador no mundo.”

Sem dúvida, também a alta do dólar refletiu positivamente nas exportações de carne. No segundo trimestre de 2018, por exemplo, a cotação, em média, era de R$ 3,60 contra R$ 3,24 do primeiro trimestre. Em julho, tanto Camardelli como analistas de mercado previam um “ótimo” segundo semestre.

O executivo mostrou para a imprensa que, a partir de 2016, a receita obtida com as exportações de carne é impulsionada ano a ano. Confira: US$ 5,364 bilhões em 2016; US$ 6,092 bilhões em 2017; US$ 6,541 bilhões em 2018; e previsão de US$ 7,260 bilhões em 2019.

Fonte:Globo Rural