A segunda fase da campanha de vacinação contra a febre aftosa começou nesta sexta-feira, 1 de novembro. Todos os Estados brasileiros, com exceção de Paraná e Santa Catarina, deverão realizar a imunização de seus rebanhos sob pena de multa. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a expectativa é de que cerca de 87 milhões de animais, entre bovinos e bubalinos, sejam vacinados nessa fase da campanha.

A maioria das unidades federativas deve vacinar animais com idade de até 24 meses, com exceção dos Estados do Acre, Amapá e Espírito Santo, que precisam vacinar o rebanho de todas as idades, conforme o calendário nacional de vacinação contra a aftosa. Em Paraná e Santa Catariana, por outro lado, o produtor pode ser penalizado caso imunize seu rebanho.

Com o maior rebanho do Brasil, o Mato Grosso espera vacinar mais de 30 milhões de animais, segundo informações da Associação de Criadores do Estado (Acrimat). Em Minas Gerais, onde se encontra o segundo maior rebanho do país (cerca de 23 milhões de animais), a previsão é de que a vacinação atinja 10 milhões de bovinos e bubalinos.

Em nota, o coordenador do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção de Febre Aftosa no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Natanael Lamas Dias ressaltou a importância de realizar corretamente a vacinação a fim de garantir a eficácia da imunização. “Entre os cuidados, é necessário manter as vacinas contendo a dose de 2 ml armazenadas em temperatura entre 2 e 8 graus centígrados, desde o momento em que for adquirida em estabelecimento registrado, até a hora da aplicação”, explica o médico veterinário.

No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) espera vacinar cerca de 4,3 milhões de animais em 240 mil propriedades. De acordo com o coordenador do Programa de Controle e Erradicação da Febre Aftosa da Seapdr, Fernando Groff, a meta nesta etapa de novembro é ultrapassar os 90% de animais imunizados e de 90% de propriedades cobertas. Em maio, o Estado imunizou 99% do rebanho, em 279.879 estabelecimentos, que representam 96,89% das propriedades no Estado.

Em São Paulo, a expectativa da Secretaria Estadual de Agricultura é de vacinar 4,5 milhões de bovinos e bubalinos. Após imunizar seu rebanho, o produtor terá até dezembro para comprovar a vacinação junto às autoridades locais. A data varia de acordo com cada unidade da federação, bem como o valor da multa pela não vacinação ou falta da sua comprovação.

Mudanças

Este ano, a vacina teve alterações na formulação, com redução na dosagem de aplicação, de 5 para 2 ml – a vacina passou a ser bivalente, permanecendo a proteção contra os vírus tipo A e O e removido o tipo C. De acordo com estudo do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), o último foco de febre aftosa com o sorotipo C nas Américas ocorreu em 2004. Com as mudanças, as apresentações comercializadas agora serão de 15 e 50 doses. A composição do produto também foi modificada com o intuito de diminuir os nódulos.

Também, será a primeira vez, desde a instituição das etapas de imunização no país, que o estado do Paraná não irá vacinar seus animais, seguindo o Plano Estratégico 2017/26 do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA). O programa prevê a ampliação gradual de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país. Além do Paraná, o estado de Santa Catarina, uma zona livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007, não participa desta etapa.

Fonte:https://www.portaldbo.com.br