A expressiva revisão da alta do Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário de 2018 de 0,1% para 1,4%, divulgada nesta terça-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi reflexo da incorporação dos resultados de pesquisas estruturais anuais como a Produção Agrícola Municipal (PAM) e a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), alterando a mudança das fontes primárias utilizadas para o cálculo.

No entanto, também houve influência do Censo Agropecuário, que provocou ajustes nas pesquisas estruturais anuais da agropecuária e mudou pesos, o que acabou influenciando ainda as revisões trimestrais do PIB Agropecuário de 2019 e o resultado anual de 2018.

De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, culturas como feijão, milho, café, laranja, soja e cana cresceram mais nas pesquisas estruturais de 2018 do que no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

“Todas essas culturas pela pesquisa anual tiveram crescimento mais alto do que tinha sido estimado antes pela LSPA”, explicou. “Essa revisão (da agropecuária) realmente foi mais significativa do que ocorre normalmente”, disse.

A revisão na Agropecuária somada à do PIB de Serviços foram responsáveis pela revisão para cima do resultado do PIB brasileiro de 2018, em 0,2 ponto porcentual.

Com isso, a atividade econômica passou de uma expansão de 1,1% para 1,3% naquele ano. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o PIB da Agropecuária foi revisto de uma queda de 0,1% no primeiro trimestre de 2019 para avanço de 0,9%. No segundo trimestre de 2019, a alta passou de 0,4% para 1,4%.

“A diferença tem a ver com o Censo, sim, porque você captou melhor o que está acontecendo, aí os pesos mudam”, explicou Rebeca, lembrando que também houve revisões nas estimativas mais recentes do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, com divulgação mensal.

Ainda na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve revisão significativa no primeiro trimestre de 2019 na exportação de bens e serviços, que passou de alta de 1,0% para queda de 1,6%.

No segundo trimestre de 2019, as exportações saíram de aumento de 1,8% para 1,3%. “Foi revisão nos dados primários da exportação, nos dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia). A gente leu que teve um problema lá no Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e vai ter revisão maior também. Geralmente também não acontece”, lembrou a coordenadora do IBGE.

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