Os preços oscilam e não se acomodam na maior parte das praças pecuárias

A indústria de carne bovina pisou no freio nas ordens de compras de boiadas prontas para abate. Dois fatores contribuem para tal decisão. O primeiro é a frustração até agora em relação à demanda interna por cortes da carne vermelha, que não decolou mesmo com a entrada de massa salarial nesta primeira quinzena de março.

A segundo motivo vem de fora do País: o agravamento da epidemia do novo coronavírus (Covid-19) fez reduzir a demanda mundial por carnes, afetando diretamente o Brasil, que agora vê os seus embarques de carne bovina recuarem nesta primeira semana de março. 

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o quinto dia útil de março, as exportações brasileiras de carne bovina in natura contabilizaram 28,43 mil toneladas, com receita de US$ 127,60 milhões.  A média diária registrada ficou em 5,69 mil toneladas, o que significou baixa de 7,4% em relação à média de fevereiro/20 e retração de 8,8% frente ao desempenho do mesmo período de 2019.

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No entanto, ainda é cedo para estimar qualquer resultado sobre os embarques finais de março – há uma grande expectativa de que a China volte, a qualquer momento, a participar mais efetivamente do mercado mundial de importação de carnes, o que daria novo fôlego às exportações brasileiras.

Do lado da oferta, tudo também está praticamente paralisado. As boas condições das pastagens continuam dando suporte para a retenção de animais nas fazendas. “Os pecuaristas têm em vista os altos custos para reposição e, diante deste cenário, optam por não ofertar grandes lotes de gado,  com o intuito de conservar a sua relação de troca”, observa a FNP.

Dessa maneira, nesta terça-feira, os preços da arroba no mercado do boi gordo apresentaram volatilidade entre as regiões do País, tanto para cima quanto para baixo – em algumas praças, permaneceram estáveis, de acordo com levantamento da FNP.  No Mato Grosso, as cotações da arroba subiram novamente em algumas praças do Estado. Em Cuiabá, por exemplo, o boi gordo vale atualmente R$ 189/@, à vista, enquanto na região de Barra do Garças é vendido a R$ 190/@, a prazo.

O mercado de Rondônia, no Norte do País, também registra movimento altista, motivado pela maior necessidade da indústria em preencher as escalas de abate. Na praça de Cacoal, o animal terminado é negociado a R$ 175/@, à vista. No Pará, o maior apetite da ponta compradora também contribui para valorização dos preços em algumas praças, segundo dados da FNP. Na região de Redenção, o boi à vista é levado ao gancho por R$ 184/@.

No interior de São Paulo, a arroba do animal terminado segue andando de lado, a R$ 204, a prazo. Em Goiânia, GO, o valor do boi gordo recuou nesta terça-feira – os negócios saem a R$ 192/@, a prazo. Na Bahia o dia também foi de baixa – em Feira de Santana os negócios com baiadas prontas são fechados a R$ 190/@, à vista.

Fonte: portaldbo.com.br