Entidade mostra mercados titubeantes na semana, tentando se equilibrar frente à demanda em queda

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou neste final de semana os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na produção agropecuária, no mercado interno e analisa o que aconteceu no cenário internacional do agro. A equipe de técnicos e economistas apontaram os efeitos para o País no período de 30 de março a 3 de abril.

No caso da pecuária, a entidade mostrou os cenários para boi gordo, aves e suínos, lácteos, aquicultura e alimentação animal. Confira:

Boi gordo

As vendas no atacado e no varejo registraram queda nesta semana, especialmente os cortes nobres. Prevendo a redução no consumo interno, três plantas frigoríficas de Mato Grosso do Sul entraram em férias coletivas nesta semana.

No total, são 11 unidades frigoríficas paralisadas, o que contribui para a desvalorização do preço da @ ao produtor em 3,5% nos últimos 5 dias.

Para manter o abastecimento de alimentos no país e apoiar o produtor no enfrentamento dessa crise, o setor conta com o apoio do Governo federal quanto à isenção de PIS/PASEP que incide sobre a suplementação animal, que contribuiria para a redução dos custos de produção, dando mais competitividade. O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), foram criados na década de 1970. São contribuições sociais de natureza tributária, devidas pelas pessoas jurídicas.

Lácteos

Grandes indústrias mantêm a captação de leite e dão preferência para a produção de leite UHT e leite em pó, já que houve redução do consumo de outros processados como queijos.

A publicação do Ofício Circular nº 28/2020 do Ministério da Agricultura permitiu a comercialização de leite de pequenos laticínios com inspeção municipal e estadual para indústrias com inspeção federal, criando uma alternativa para pequenos produtores escoarem a produção.

Aves e Suínos

Produtos congelados continuam com alta demanda e percebe-se uma pequena recuperação do mercado de resfriados, mas que não foi suficiente para melhorar o preço do frango vivo pago ao produtor independente.

O produtor independente e os pequenos frigoríficos de aves ainda sentem o reflexo da queda de consumo no food service, que resultou na desvalorização do frango vivo acumulada em cerca de 10% nos dois primeiros dias de abril (SP), conforme dados da JOX Consultoria.

Produtores independentes de suínos estão buscando novas formas de organização coletiva para comercializar a produção, já que as integradoras diminuíram as compras de animais desses produtores em 70%, dando preferência aos produtores integrados.

O preço pago pelo suíno a esses produtores nos primeiros dias de abril caiu em todas as praças, variando de -5,2% em Mato Grosso a -15,4% em Minas Gerais em relação à semana passada.

Aquicultura

As empresas verticalizadas de tilápia ou os produtores que entregam para entrepostos de pescado estão funcionando em plena capacidade. Eles optaram por redirecionar a produção que ia para o food service para as redes varejistas, onde houve aumento de demanda.

Os produtores que comercializam peixe fresco para as Ceasas e feiras livres continuam com dificuldade de escoar sua produção.

Produtores de camarão ainda sofrem com a redução drástica da demanda. A alternativa está sendo buscar novos mercados externos que remunerem bem o produto.

Alimentação Animal

O alto preço do milho e do farelo de soja tem preocupado produtores pecuaristas. Em 2020, o milho já acumula valorização de 18,3% no mercado interno brasileiro.

Se a tendência de alta dos insumos para alimentação animal for mantida, os pecuaristas devem sofrer com margens negativas e perda de competitividade. (Fonte: CNA)

Fonte: www.portaldbo.cvom.br