Escassez de animais prontos segura a cotação do gado para abate, embora indústria continue na pressão baixista

O mercado do boi gordo continua em banho-maria, influenciado pelos efeitos do longo período de quarentena, que reduziu a circulação de dinheiro entre a população e freou de vez a demanda interna pela carne bovina, que já vinha patinando antes mesmo do surgimento do novo coronavírus.

Neste período de isolamento social contra a Covid-19, a população tem optado por proteínas mais baratas, como ovo, carne suína e frango. Com isso, tem sobrado estoques de carne bovina no varejo, o que faz a indústria trabalhar com mais cautela, diminuindo as ordens de compras de boiadas.

“A instabilidade no consumo de carne bovina no País impossibilita um repasse de custos por parte das indústrias e, diante disso, os frigoríficos optam por reduzir a produção em suas plantas, limitando o fluxo de aquisições de animais”, destaca a Informa Economics FNP.

De modo geral, os preços do boi gordo se mantiveram estáveis nesta segunda-feira na maioria das praças brasileiras. Em São Paulo, o valor do animal terminado segue firme, ao redor de R$ 200/@, a prazo, segundo a FNP.

Do lado oferta, o quadro é de escassez de animais prontos para o abate.  Pecuaristas situados nas regiões Norte e Nordeste ainda dispõem de pastos com qualidade e conseguem resistir às tentativas dos frigoríficos de baixar o valor boi, o que contribuiu para suporte aos preços da arroba, de acordo com informações da FNP.

Por sua vez, no Centro-Sul, a redução do nível de chuvas deve contribuir, no curtíssimo prazo, para oferta de maiores lotes de gado para abate no mercado, o que pode ajudar a enfraquecer os preços da arroba em algumas regiões pecuárias.

Fonte: portaldbo.com.br