Escassez de oferta e resistência na venda de lotes ditam o movimento de valorização da arroba

O mercado físico do boi gordo abriu segunda-feira com tendência de alta, repetindo o movimento observado nas semanas anteriores. Durante o dia de hoje, os frigoríficos optaram, porém, por uma maior cautela nas ativações dos negócios, pois as empresas ainda buscam avaliar os resultados das vendas de carne bovina durante o final de semana.

Além disso, segundo relatos da Informa Economics FNP, há no mercado uma certa incerteza e especulação em relação aos importadores chineses, que estariam renegociando alguns contratos de venda de carne bovina com o Brasil – “cenário que tem mantido os frigoríficos mais receosos no momento de adquirir gado para abater”.

De qualquer maneira, diante da atual enorme escassez de animais terminados no País, a arroba segue firme nas principais praças pecuárias. As atuais condições climáticas, de modo geral, não permitem represamento de animais nas pastagens, sobretudo pela redução das chuvas. No entanto, relata a FNP, alguns produtores optam por segurar o pouco gado que possui, já que, mesmo com a arroba valorizada, o preço final de venda não é suficiente para pagar os encarecidos custos do gado magro e fazer a reposição dos rebanhos.

No atacado, os preços da carne bovina ficaram estáveis nesta segunda-feira. Segundo a FNP, a procura pelos cortes bovinos se manteve regular e não deve avançar de forma mais consistente ao longo da semana, já que, com a aproximação do final do mês e menor poder aquisitivo, parte da população consumidora deve migrar para proteínas com preços mais acessíveis. O preço do couro aumentou para R$ 0,51/kg, de acordo com a consultoria.

Giro pelas praças

No Mato Grosso do Sul, a baixa disponibilidade de animais prontos abriu espaço para novas altas na arroba nesta segunda-feira.

Em Goiás, algumas indústrias pesquisadas pela FNP operam com escalas de abate apertadas, e intensificaram o posicionamento de compras mediante elevação dos preços oferecidos. `

Em São Paulo, os preços do boi gordo ficaram lateralizados, porém firmes. A baixa liquidez de negócios se deve principalmente à oferta restrita de boiada gorda, que tem dificultado o avanço das programações de abate e sustentado as cotações valorizadas.

No Rio de Janeiro, alguns frigoríficos aumentaram seus indicativos na tentativa de montar as escalas desta semana.

No Maranhão, o rebanho terminado disponível para abate não é suficiente para atender a demanda do mercado e os preços do gado gordo apresentaram altas nesta segunda-feira.

No Tocantins, a baixa oferta de animais prontos também é o fator de suporte para pressão altista na arroba.

No Pará, poucos negócios foram realizados no dia, mas a valores mais elevados. Houve registro de frigoríficos que diminuíram a sua capacidade de abate diária em função da dificuldade de compra de matéria prima.

Confira as cotações desta segunda-feira, 22 de junho, de acordo com a FNP:

SP-Noroeste: R$ 212/@ a (prazo)

MS-Dourados: R$ 197/@ (à vista)

MS-C. Grande: R$ 201/@ (prazo)

MS-Três Lagoas: R$ 202/@ (prazo)

MT-Cáceres: R$ 185/@ (prazo)

MT-Tangará: R$ 185/@ (prazo)

MT-B. Garças: R$ 186/@ (prazo)

MT-Cuiabá: R$ 180/@ (à vista)

MT-Colíder: R$ 177/@ (à vista)

GO-Goiânia: R$ 198/@ (prazo)

GO-Sul: R$ 202/@ (prazo)

PR-Maringá: R$ 207/@ (à vista)

MG-Triângulo: R$ 199/@ (prazo)

MG-B.H.: R$ 197/@ (prazo)

BA-F. Santana: R$ 198/@ (à vista)

RS-P.Alegre: R$ 198/@ (à vista)

RS-Fronteira: R$ 196/@ (à vista)

PA-Marabá: R$ 198/@ (prazo)

PA-Redenção: R$ 200/@ (prazo)

PA-Paragominas: R$ 202/@ (prazo)

TO-Araguaína: R$ 197/@ (prazo)

TO-Gurupi: R$ 192/@ (à vista)

RO-Cacoal: R$ 180/@ (à vista)

RJ-Campos: R$ 197/@ (prazo)

MA-Açailândia: R$ 197/@ (à vista)

Fonte: portaldbo.com.br