7 de agosto de 2020
Confinamento e Boitel VFL BRASIL.
Diante da escassez de boiadas, indústria fica mais agressiva na compra de matéria-prima, enquanto produtor decide desovar os poucos estoques de animais prontos. Dando continuidade ao movimento registrado desde o início da semana, o mercado do boi gordo registrou boa liquidez nesta sexta-feira, 7 de agosto, com novas valorizações em algumas importantes praças pecuárias. Em algumas regiões, segundo informações da Scot Consultoria, já houve uma inversão no diferencial de base, comparativo com São Paulo.
A quantidade de boiada terminada, tanto a pasto como nos confinamentos, ainda é limitada, resultado do período de entressafra de “bois de capim” e da falta de incentivos para os produtores confinarem no primeiro giro, em função das incertezas do cenário de crise global gerada pela pandemia da Covid-19.
Em meio ao aumento da pressão altista provocada pela demanda aquecida e oferta escassa, o preço da boiada gorda subiu nos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás, relata a IHS. Ao norte do Brasil, as cotações também registraram novas valorizações nas regiões pecuárias da Bahia e do Pará, onde, com dificuldade de compra de matéria prima, novas aquisições só são efetuadas mediante elevação dos preços pagos, diz a consultoria. Foi nesse cenário que o preço do boi gordo no nordeste, lá na Bahia, chegou ao preço recorde e a pressão dos pecuaristas pelo Brasil, começa a colocar fogo no mercado.
Veja como foi a negociação. Pecuarista de Feira de Santana, na Bahia, informou hoje no app da Agrobrazil, a negociação do lote de animais por R$ 250/@, com prazo de 30 dias para o pagamento e abate para o dia 10 de agosto.
Outros negociações informadas mostram a firmeza no mercado do boi. Em Rancharia/SP, a Novilha China foi negociada por R$ 220/@, com prazo de 30 dias pra pagamento e abate para o dia 17 de agosto.
Para o mercado interno, em Presidente Prudente/SP, os preços estão na casa de R$ 230/@ com prazo de 10 dias e abate para o dia 12 de agosto.
O cenário no curto prazo é de sustentação nos atuais preços com um viés de alta nas cotações do boi gordo. Tudo irá depender da demanda interna que, se manter o crescimento e aceitar os valores atuais mais elevados da carne, podem fazer com que os preços da arroba ultrapassem os patamares dos R$ 235,00/@ e até mesmo buscar os R$ 240,00/@ nos próximos dias.
Diante de entrada de massa salarial de parte da população consumidora, as previsões de recuperação no consumo de carne bovina no mercado interno se confirmaram. O escoamento dos cortes bovinos das prateleiras dos supermercados se mostra mais ativo, impulsionado pela chegada do final de semana e pelas comemorações do Dia dos Pais, o que deve abrir margem para mais ajustes positivos no curtissímo prazo, destaca a IHS Markit.
No mercado atacadista, os preços da carne bovina permaneceram firmes. Conforme Iglesias, o panorama ainda aponta para reajustes no decorrer da primeira quinzena de agosto, com a reposição entre atacado e varejo fluindo de maneira satisfatória, e o Dia dos Pais ocupando um papel relevante para a evolução dos preços em São Paulo nesta semana.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na média de todos os estados monitorados, entre machos e fêmeas anelorados, a alta nos preços dos bovinos para reposição foi de 2% em relação à semana anterior. A oferta comedida de animais para reposição e a demanda aquecida, associadas ao cenário positivo no mercado do boi gordo, têm dado força às cotações no mercado de reposição. As altas foram puxadas pelas fêmeas, considerando a média de todas as categorias, a valorização foi de 2,1%, frente a 2% da média das categorias dos machos anelorados.
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