O mercado boi gordo voltou a registrar novos movimentos de alta em algumas importantes praças pecuárias, com busca incessante pelo boi-China

A oferta reduzida de animais dita hoje o ritmo dos negócios no mercado do boi gordo, elevando a disputa pela compra da matéria-prima no mercado físico. Tal movimento contamina positivamente a bolsa de mercadoria na B3, onde os preços futuros romperam a barreira dos R$ 240/@, chegando a R$ 244/@ para os contratos com vencimento em dezembro/20, relata a consultoria Agrifatto.

Foto: Gov(RS) – abate em frigorífico

O papel para outubro/20, pico da entressafra no Brasil, também evolui fortemente, atingindo R$ 240,35/@ na segunda-feira, 31 de agosto, o maior preço já registrado em toda a história para deste vencimento, de acordo com a Agrifatto.

No mercado físico, os preços do macho e da fêmea atingiram nesta terça-feira R$ 240/@ e R$ 220/@, respectivamente, em São Paulo (valores máximos, a prazo), segundo dados apurados pela IHS Markit. Veja as cotações nas outras principais praças pecuárias no final desta página.

Movimentações desta terça-feira

No dia de hoje, o mercado físico do boi gordo voltou a registrar novos movimentos de alta em algumas importantes praças pecuárias, motivados pela recuperação da demanda interna e pela continuidade do bom ritmo das exportações de carne bovina, além da enorme escassez de animais prontos para abate.

“Diante do crescimento do volume de vendas de carne bovina nos atacados brasileiros, frigoríficos atuam de forma mais firme nos negócios”, relata a IHS Markit.  Essa maior demanda doméstica é explicada pelo pagamento dos salários nas contas dos trabalhadores.

“A entrada de salários de parte da população consumidora neste início de mês e o feriado de 7 de setembro na próxima segunda-feira devem aumentar as vendas de carne nos principais centros urbanos, abrindo margem para possíveis ajustes positivos no curtíssimo prazo”, prevê a consultoria.

No entanto, a baixa de oferta de boiadas limita o avanço das programações de abate das indústrias, contribuindo ainda mais para a forte pressão altista da arroba.

Giro pelas praças

Em Paragominas-PA, a arroba do boi registrou forte valorização nesta terça-feira, 1º de setembro. Nessa região, as escalas de abate continuam encurtadas, atendendo, em média, apenas dois dias úteis, segundo a IHS Markit.

Em Rondônia, negócios efetuados hoje foram feitos em patamares mais elevados de preços relação aos níveis anteriores. Na Bahia, o valor pago pela arroba segue em forte trajetória ascendente. A oferta encurtada de gado no Estado limita o ganho de liquidez no mercado, e negócios pontuais são feitos a patamares bastante elevados, relata a IHS Markt.

Em São Paulo, frigoríficos exportadores elevaram os preços oferecidos por animais que atendem aos requisitos internacionais.

No Mato Grosso, os preços da arroba também aumentaram nesta terça-feira. Frigoríficos do Estado alegam dificuldades para adquirir boiada e, para conseguir comprar a matéria prima, pagaram valores acima das máximas anteriores.

Em Belo Horizonte-MG, a cotação da vaca subiu nesta terça-feira e players da região alegam dificuldades para efetivar novos negócios em meio ao forte movimento de especulação no mercado.

No Paraná, o mercado registrou boa liquidez de negócios, e os preços da arroba subiram. No Rio Grande do Sul, a arroba da vaca se valorizou nesta terça-feira, informa a IHS Markit.

Boi-China escasso

Diante da escassez de oferta e da redução do volume de compras, a diferença entre os preços pagos em animais para exportação e para atender o mercado doméstico diminuiu. Entre algumas das plantas pesquisadas do Mato Grosso, há registros de unidades que pagam apenas R$ 3/@ como prêmio pelo “Boi China”, de acordo com apuração da IHS Markit.

Confira as cotações desta terça-feira, 01 de setembro, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 240/@ (prazo)

vaca a R$ 220/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 227/@ (à vista)

vaca a R$ 217/@ (à vista)

MS-C. Grande:

boi a R$ 229/@ (prazo)

vaca a R$ 219/@  (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 224/@ (prazo)

vaca a R$ 219/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 214/@ (prazo)

vaca a R$ 205@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 215/@ (prazo)

vaca a R$ 204/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 217/@ (prazo)

vaca a R$ 211/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 211/@ (à vista)

vaca a R$ 202/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 206/@ (à vista)

vaca a R$ 196/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 231/@ (prazo)

vaca R$ 217/@  (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 229/@ (prazo)

vaca a R$ 217/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 231/@ (à vista)

vaca a R$ 217/@  (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 235/@ (prazo)

vaca a R$ 224/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 235/@ (prazo)

vaca a R$ 219/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 246/@ (à vista)

vaca a R$ 235/@ (à vista)

RS-P.Alegre:

boi a R$ 210/@ (à vista)

vaca a R$ 205/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 210/@ (à vista)

vaca a R$ 200/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 236/@ (prazo)

vaca a R$ 229/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 236@ (prazo)

vaca a R$ 229/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 233/@ (prazo)

vaca a R$ 221/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 232/@ (prazo)

vaca a R$ 222/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 230/@ (à vista)

vaca a R$ 220/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 219/@ (à vista)

vaca a R$ 209/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 227/@ (prazo)

vaca a R$ 212/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 232/@ (à vista)

vaca a R$ 212/@ (à vista)

Fonte: portaldbo.com.br