Durante simpósio online, o engenheiro agrônomo Alexandre Mendonça de Barros, da AMB Consultoria, traçou um panorama para pecuária de corte

Na noite dessa quarta-feira (7/4), os pecuaristas do País puderam ter um bom panorama do que está por vir no mercado de proteína animal no mundo e suas as oportunidades. A abertura da 14ª edição do “Simpósio DSM de Confinamento” contou com a exposição do engenheiro agrônomo e doutor em economia aplicada Alexandre Mendonça de Barros, da AMB Consultoria.

A abertura faz parte de uma programação de quatros debates técnicos e econômicos que ocorrem neste mês de abril (veja programação abaixo). O evento, inteiramente online, é promovido pela empresa holandesa DSM, dona na marca Tortuga, e com especialidade no mercado de nutrição animal no Brasil e no mundo.

Segundo Barros, a China continuará demandando carnes, especialmente vermelha, enquanto essa proteína, no mundo, se torna cada vez mais cara, dando mais competitividade à carne brasileira. Para ele, um fator que dará poder de barganha à pecuária brasileira é a tendência de maior oferta de boi magro, por conta de uma boa oferta futura de bezerros.

Foto: site Alexandre Mendonça de Barros

“Está em curso o maior acúmulo de bezerros da história nos próximos anos no País. Provavelmente veremos as maiores ofertas para 2022 e 2023. Sei que é longe, que estamos falando de algo futuro, mas nós provavelmente veremos as maiores ofertas já registradas, por conta de uma retenção de fêmeas muito forte”, explica Barros.

Pressão chinesa

Por um lado, a demanda continuará aquecida, pelo fato de a China não ter recomposto seu rebanho. Apesar de os dados oficiais não afirmarem isso, Barros cita que a peste suína africana é crescente na Ásia e um estudo americano mostra um déficit de até 60 milhões de animais no país asiático.

Outro ponto a favor à carne bovina é que o chinês – especialmente nas classes mais altas, A e B -, estão cada vez mais se rendendo a essa proteína nas suas refeições.

“O preço da carne vermelha nos últimos meses está nos patamares mais altos já registrados na China, e menos com a queda do preço da carne suína”, diz o consultor.

Custos também em alta

Apesar de um cenário de boa produção de soja e milho pela frente – mesmo com o risco tardio do milho – Barros enxerga os preços das commodities seguindo em ritmo de crescimento. O principal fundamento disso é a gradual volta à normalidade nos países desenvolvidos, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, o que leva ao retorno da economia e do consumo, o que exigirá maior demanda por grãos e a queda dos estoques de passagem.

“Os custos só deixaram de cair com a recomposição dos estoques, com boas safras no Brasil e nos Estados Unidos”, diz Barros.

Para se ter uma ideia do crescimento econômicosque está por vir, os Estados Unidos podem ter uma recuperação econômica da ordem de 6% a 8%, já neste ano; na China o prognóstico de um crescer de 8% ou, nas projeções mais otimistas, até 10% este ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e bancos internacionais.

Próximos simpósios

As tecnologias e pesquisas mais atuais do setor, em 14 de abril. A apresentação é do diretor de inovação da DSM no Brasil, Tiago Sabella, e do supervisor da área na empresa, Victor Valério.

Resultados do Tour DSM de Confinamento, em 22 de abril. Apresentação de avaliações feitas a campo em vários Estados e confinamentos pelo País. A palestra será liderada pelo gerente de categoria Confinamento da DSM, Marcos Baruselli.

No dia 28, Benchmarking de confinamento. Será abordada a gestão de indicadores para lucro máximo e viabilidade do confinamento no primeiro giro de 2021. A apresentação é dos especialistas da DSM, Hugo Cunha e Gustavo Monteiro.

Para acompanhar o evento, basta acessar este link. As transmissões são sempre a partir das 19h, horário de Brasília.

Fonte: portaldbo.com.br