Durante uma semana marcada pela pressão baixista dos frigoríficos, as cotações da arroba seguiram firmes nas principais praças do País

Nesta sexta-feira, 16 de abril, os preços do boi gordo fecharam estáveis na maioria das praças brasileiras, mesmo com alguns compradores testando valores menores para arroba ao longo desta semana.

Em São Paulo, segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi gordo, a vaca gorda e novilha são negociados a R$ 317/@, R$ 291/@ e R$ 306/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Animais padrão-exportação (abatidos mais jovens, direcionados sobretudo à China e ao mercado europeu) valem até R$ 325/@.

No Mato Grosso, dados apurados pela IHS Markit apontaram uma leve queda nas cotações da boiada gorda neste último dia da semana, fruto de níveis mínimos de abate e do menor uso de capacidade instalada (confira abaixo os preços atualizados de machos e fêmeas terminados nas principais regiões de pecuária do País).

Ao longo desta semana, as indústrias frigoríficas brasileiras aproveitaram a leve recuperação na oferta de boiadas – impulsionada pelo início do período de seca no Brasil-Central – para recompor mais adequadamente as suas escalas de abate.

Porém, observa a IHS Markit, essa situação de maior conforto nas programações dos abatedouros só foi possível devido à baixa quantidade de plantas ativas nas compras de animais terminados, depois que muitos frigoríficos, assustados com as margens operacionais negativas, decidiram reduzir drasticamente o volume de abates ou até mesmo paralisar temporariamente a produção.

Portanto, na avaliação da IHS, o mercado não espera que o número de animais oferecidos irá se elevar significativamente durante o período de entressafra.

Ou seja, nos próximos meses, as indústrias continuarão tendo enorme dificuldade para encher de boiadas gordas os seus caminhões.

Margens ruins nas duas pontas da cadeia – Além do nível recorde de preços para o milho, a relação de troca entre o boi e o bezerro, recentemente, atingiu o patamar mais desfavorável desde o início da série temporal documentada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), de Piracicaba, SP.

“Os grandes desafios (aumentos nos custos da reposição e da ração em fazendas que atuam na recria e terminação) prejudicam bastante os produtores de pequeno e médio portes, enquanto favorecem uma maior concentração do mercado”, avalia a IHS.

Os frigoríficos continuam relatando sérios problemas de falta de margens para o operar no mercado pecuário.

A situação adversa, antes rescrita às empresas que atuam unicamente no mercado interno, começa a atingir também frigoríficos exportadores, segundo informa a IHS Markit.

“Há muitos relatos de prejuízo por parte de plantas exportadoras, já que a maior parte da capacidade diária de abates dessas indústrias é voltada ao mercado doméstico”, observa a consultoria.

Da porteira para dentro, a situação não é diferente. “Os pecuaristas seguem se preparando para o segundo semestre do ano, tentando a todo custo driblar os elevados custos de nutrição e da reposição”, informa a IHS.

A valorização da arroba nos últimos meses não foi suficiente para oferecer melhores margens aos pecuaristas, acrescenta a consultoria.

“Esse fato obrigou os pequenos e médios pecuaristas a venderem os seus animais ainda não terminados, com o único intuito de driblar os altos custos”, ressalta a consultoria.

Dessa maneira, os grandes confinadores aproveitaram a situação de mercado para comprar com maior intensidade lotes de garrotes e bois magros, vislumbrando o abastecimento do mercado ao longo do segundo semestre. “Os grandes confinadores têm maior poder de barganha, além de possuírem lavouras própriaS”, observa a IHS.

No atacado, demanda segue lenta – No mercado atacadista brasileiro, a busca por reposição de estoques de carne bovina para o final de semana não se consolidou.

“As distribuidoras demonstram relutância nas aquisições, visto que há maior preferência dos consumidores por outras proteínas (mais baratas)”, informa a IHS.

As medidas restritivas relacionadas à pandemia de Covid-19 também afetam a demanda no mercado de refeições fora dos lares, um dos principais canais de escoamento da carne vermelha.

Exportações em ritmo crescente – No mercado internacional, porém, a procura por proteína bovina brasileira é crescente, com embarque diário em abril de 6,36 mil ton./dia, 9,3% superior à média de abril/20.

“O ambiente externo se apresenta cada vez mais favorável ao Brasil, decorrente de diversos problemas sanitários que afetam diversos países”, relata a IHS.

Nesta semana, recorda a consultoria, foi verificado o agravamento da peste suína africana (PSA) na Romênia e na China. O gigante asiático também enfrenta um novo surto de gripe aviária em aves selvagens, juntamente com outros países, como África do Sul e Nigéria, informa a consultoria.

Cotações desta sexta-feira (16/4), segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 301/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 307/@ (à vista)
vaca a R$ 292/@ (à vista)

MS-C. Grande:

boi a R$ 308/@ (prazo)
vaca a R$ 294/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 295/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 295/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 297/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 295/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 309/@ (à vista)
vaca a R$ 294/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca R$ 291/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 313/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 284/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 285/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 285/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 293@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 294/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 279/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 289/@ (à vista)
vaca a R$ 266/@ (à vista)

Fonte: portaldbo.com.br