Desvalorização da soja e do milho na Bolsa de Chicago vem pressionando as cotações dessas commodities
21 de maio de 2021 às 07h18
Atualizado em 21 de maio de 2021 às 7h18
Por Felipe Leon, com agências de notícias
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A arroba do boi gordo que vinha sendo negociada a R$ 304, em São Paulo, passou para R$ 305 no levantamento diário de preços da consultoria Safras & Mercado. Segundo o analista Fernando Iglesias, houve negócios acima da referência média para animais que são voltados ao mercado externo, sobretudo o chinês.
Na B3, os contratos futuros do boi gordo tiveram alta consistente, ao redor de 1,0%, e seguem sinalizando a possibilidade de altas para o mercado físico. O vencimento para maio passou de R$ 310,30 para R$ 313,20, o para junho foi de R$ 321,70 para R$ 325,65 e o para outubro passou de R$ 340,60 para R$ 344,85 por arroba.
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o mercado brasileiro de milho voltou a ter um dia de preços mais baixos. Segundo o analista Paulo Molinari, o mercado segue testando novas quedas para os preços. Em Cascavel (PR), a cotação passou de R$ 96/100 para R$ 95/97. e em Campinas (SP), foi de R$ 103/104 para R$ 102/103 por saca.
Os contratos futuros do milho negociados na B3 seguiram o movimento do mercado físico e recuaram também. O ajuste do vencimento para julho passou de R$ 98,12 para R$ 97,19, do setembro foi de R$ 96,57 para R$ 95,91 e do março de 2022, de R$ 97,85 para R$ 96,95 por saca.
As cotações dos contratos futuros da soja negociados em Chicago recuaram pelo terceiro dia consecutivo. A pressão negativa no mercado é oriunda da melhor previsão de chuvas em regiões produtoras nos Estados Unidos. O vencimento para julho caiu 0,33% e passou de US$ 15,382 para US$ 15,332 por bushel.
O indicador da soja do Cepea para o porto de Paranaguá (PR) também recuou seguindo Chicago e câmbio, mas com queda limitada. A cotação variou -0,1% em relação ao dia anterior e passou de R$ 174,08 para R$ 173,91 por saca. Dessa forma, no acumulado do ano, o indicador valorizou 13,0% e em 12 meses, os preços alcançaram 56,24% de alta.
O indicador do café arábica do Cepea teve um dia de alta dos preços, apesar da queda do dólar em relação ao real e da estabilidade em Nova York. A cotação variou 0,44% em relação ao dia anterior e passou de R$ 819,61 para R$ 823,23 por saca. Dessa forma, no acumulado do ano, o indicador valorizou 35,69%. Em 12 meses, os preços alcançaram 42,09% de alta.
Em Nova York, os contratos futuros do café arábica tiveram um dia de preços estáveis, apesar da boa queda das cotações do petróleo. O vencimento para julho chegou a operar em alta em boa parte do pregão mas fechou estável em US$ 1,5095 por libra-peso.
Após alguns dias de aumento da aversão ao risco com apreensão em relação à inflação e com a possibilidade do Fed discutir a diminuição dos estímulos monetários, os mercados globais ensaiaram uma melhora. As taxas futuras de juros dos títulos do Tesouro norte-americano recuaram e beneficiaram as ações de empresas de tecnologia.
O bom resultado mostrado pelo mercado de trabalho nos Estados Unidos com mais uma queda semanal nos pedidos de seguro-desemprego também impulsionou as bolsas. O avanço das negociações entre Irã e EUA, além de um cessar-fogo entre Israel e Hamas, ajudou a reduzir a pressão geopolítica no Oriente Médio e, dessa forma, os preços do petróleo recuaram.
Apesar da boa recuperação dos ativos de risco no exterior, o Ibovespa fechou o dia com apenas uma leve alta. O índice da bolsa brasileira subiu 0,05% e ficou cotado a 122.700 pontos. O recuo das commodities no mercado internacional e os sinais de que o número de casos de Covid-19 no Brasil voltaram a aumentar podem ter impactado o mercado.
Enquanto isso, o dólar comercial acompanhou o cenário externo, recuou 0,73% em relação ao real, e fechou o dia cotado a R$ 5,277. O ótimo resultado da arrecadação federal de impostos em abril pode ter ajudado no movimento. Houve um aumento de 45,2% em termos reais, ou seja, quando descontada a inflação, na comparação anual. A arrecadação somou R$ 156,8 bilhões e representou o melhor resultado para abril da série histórica da Receita Federal.
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