Confinamento e Boitel VFL BRASIL. Foto: Marcella Pereira

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Considerando um cenário otimista para os preços do boi gordo, o mercado deve voltar a atingir preços elevados no médio prazo, atingindo R$ 350/@!

A pecuária nacional vem enfrentando um ano de grandes “flutuações”, principalmente no que diz respeito a margem de lucro dos players no mercado. O ponto de grande atenção é, já há algum tempo, a lacuna na oferta de animais para abate, fato esse que assola toda a cadeia da carne bovina mundial, não sendo exclusividade do Brasil. Mas afinal, quais os fatores que podem trazer a nova disparada de preços?

As indústrias estão sendo obrigadas a se readaptar ao novo cenário mundial. Os preços se tornaram dependentes do mercado externo, já que este vem ajudando a sustentar os atuais patamares de preços, enquanto o mercado interno está se recuperando e pode, com o avanço das vacinações, se tornar um grande consumidor novamente.

As exportações brasileiras mensais de carne bovina in natura completaram, em junho, três anos de embarques acima de 100 mil toneladas, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Mesmo com o sobe e desce nas exportações brasileiras de carne bovina, o médico veterinário Antonio Jorge Camardelli, presidente Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), acredita que o volume exportado este ano seja 6% maior em relação a 2020, com 2,14 milhões de toneladas. Até agora, o volume exportado chega a 40,9% do total.

Com a China representando mais de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, é de suma importância avalizar e estimar os cenários possíveis para os embarques ao gigante asiático.

Falando de mercado interno, além da possibilidade realista, destaca-se ainda que a probabilidade de termos um cenário de consumo interno de carne bovina estabilizado em 2021 também não é descartada. Isso por que, os números do PIB e de desemprego estão sendo revisados a cada mês, e dependendo do nível de recuperação da economia brasileira, poderíamos chegar a uma demanda interna de 5,20 milhões de toneladas de proteína bovina, 0,44% acima do que fora visto em 2020.

Possíveis Cenários para 2021 Fonte: Agrifatto

Fonte: Agrifatto

Diante das possibilidades de indicadores destacados anteriormente, desenhamos alguns cenários que podem levar o preço do boi gordo a caminhos diferentes no 2º semestre de 2021.

Em um cenário realista, em que os preços podem chegar aos R$ 350,00/@ até o fim de 2021, visualizamos a produção em queda em linha com os números atuais, em conjunto com um mercado interno em recuperação e, mesmo com as exportações contraindo, o preço teria capacidade de valorizar até o final do ano.

Considerando um cenário otimista para os preços do boi gordo, em que esses poderiam variar entre R$ 350- 380,00/@, a produção teria que recuar de maneira ainda mais intensa em conjunto com uma recuperação mais acelerada da demanda interna, bem como exportações estáveis em relação ao volume de 2020.

Por fim, o cenário mais conservador considera preços vigorantes próximos ao range de R$ 320-330/@, limitados por uma produção maior no segundo semestre, causada por aumento do número de animais confinados, combinada ainda a exportações e demanda interna reduzidas, levando a maior estoque do produto internamente, apontou a Agrifatto.

Uma coisa é certa, independente do cenário que se instale na pecuária nacional, o pecuarista vai precisar de atentar aos custos de produção, já que não adianta vender por valores altos e trabalhar com custos elevados. As estratégias de se utilizar a trava no mercado futuro, intensificação e tecnologia de gestão, podem ser o diferencial!

Adendo: Novos mercados de exportação

Para Camardelli, os fundamentos da virada de cenário do comércio internacional da carne bovina estão na gradual abertura de mercados que mais valorizam a proteína animal bovina fresca e no melhor posicionamento do País no comércio internacional.

“O Brasil hoje é o primeiro exportador de carne no mundo e tem o maior rebanho comercial, e, mesmo assim, ainda não acessa, em números redondos, 40% do mercado internacional de carne bovina de carne fresca. São exatamente aqueles países que que compram grandes volumes e que tem preços extremamente competitivos, como é o caso do Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Canadá, México”, diz Camardelli.

O Japão e a Coreia do Sul, juntos, correspondem ao quarto maior mercado importador de carne bovina do mundo, com volumes de 440 mil toneladas a um preço médio acima de US$ 6 por quilo, segundo o executivo da Abiec. “Estados Unidos e Austrália tem de 70% a 80% de reserva nesses mercados”, diz Camardelli.

Fonte: comprerural.com.br