Frigoríficos tiram o pé das compras de boiadas e tentam forçar, com pouco sucesso, queda nos preços da arroba; em SP, valor do macho segue estável, a R$ 315/@, enquanto novilha gorda recua R$ 2/@, para R$ 308/@

A expectativa sazonal de retração da demanda interna pela carne bovina na segunda quinzena do mês – devido ao menor poder de aquisição da população brasileira – reduz o apetite de compra das plantas frigoríficas brasileiras, impondo pressão baixista nos preços da arroba do boi gordo em algumas praças pecuárias do País, segundo informam nesta quinta-feira, 15 de julho, as consultorias que acompanham diariamente o mercado pecuário.

No entanto, avalia a IHS Markit, os altos custos de nutrição geram grande resistência por parte dos pecuaristas que têm lotes de boiadas gordas para vender – a maior parte oriunda do primeiro giro do confinamento –, gerando entraves nas negociações.

A Scot Consultoria detectou lentidão nos negócios nas praças de São Paulo, com os frigoríficos tentando forçar os preços da arroba para baixo.

Foto divulgação internet – Scott Consultoria

“Apesar de testes (de baixa nas cotações) ocorrerem, o nível de oferta (de animais terminados) não permite que o comprador faça o que quer com as cotações e, assim, o cenário segue calmo”, relata o analista Hiberville Neto, da Scot.

Na avaliação do analista, para o curto prazo, a tendência é de um escoamento da carne bovina mais lento devido ao período do mês, mas com dólar acima de R$ 5,10, o que estimula os embarques de carne bovina.

“Do lado da oferta de gado, devemos ter aumento gradativo, mas em geral ainda sem volume ao longo de julho”, prevê Neto.

Em São Paulo, as cotações do boi e da vaca gordos ficaram estáveis nesta quinta-feira, na comparação diária, enquanto o preço da novilha gorda caiu R$ 2/@, informa a Scot.

Com isso, o boi gordo está cotado em R$ 315/@, a vaca gorda em R$ 294/@ e a novilha gorda em R$ 308/@ (preços brutos e a prazo).

Negócios com bovinos de até quatro dentes giram em torno de R$ 320/@, preço bruto e à vista, acrescenta a Scot.

No mercado futuro, segundo levantamento da IHS Markit, os contratos com vencimento em outubro deste ano (pico da entressafra) recuaram para R$ 321,25/@, enquanto os vencimentos mais curtos tiveram movimentações positivas – o contrato deste mês é negociado por R$ 317,30/@.

A demanda internacional segue ditando o ritmo do mercado nacional do boi gordo, observa a IHS, lembrando que as exportações de carne bovina brasileira atingiram recorde no primeiro semestre deste ano.

No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro e sebo industrial, seguem estabilizados.

A demanda dos consumidores não apresenta alteração e segue lenta e irregular. A procura por reposição de estoque não ocorreu da maneira esperada, contrariando as expectativas do setor, avalia a IHS.

Em relação ao consumo, a maior procura por cortes dianteiros não mostra consistência e já existem especulações baixistas quantos aos preços, em função da maior oferta em relação ao volume demandado, acrescenta a IHS.

Cotações máximas desta quinta-feira, 15 de julho, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 318/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)

MS-C.Grande:

boi a R$ 311/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 295/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 309/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 306/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 289/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca R$ 291/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 308/@ (prazo)
vaca a R$ 294/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 294/@ (à vista)
vaca a R$ 284/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 340/@ (à vista)
vaca a R$ 330/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 340/@ (à vista)
vaca a R$ 330/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 287/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 285/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 298/@ (à vista)
vaca a R$ 291/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 295/@ (prazo)
vaca a R$ 284/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 288/@ (à vista)
vaca a R$ 265/@ (à vista)

Fonte: portaldbo.com.br