24 de novembro de 2021

Foto divulgação internet

O cenário no mercado do boi gordo, sugere pela continuidade do movimento de alta no curto prazo, com preço atingindo um dos maiores preço dos últimos 60 dias!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta terça-feira, 23, a depender da praça pecuária. Pautado pelo cenário onde a oferta de animais terminados, prontos para o abate, permanece pouco expressiva – e não deve apresentar grandes avanços ainda neste ano – as indústrias estão precisando subir a régua nas ofertas para tentar preencher suas escalas.

Segundo o consultor e analista Iglesias, da Safras & Mercado, é bastante possível que haja maior disponibilidade de boi gordo para abate apenas no final de março do ano que vem. Sendo, então, que este é com certeza o grande ponto de sustentação para os preços das boiadas nos próximos meses. Retomada da China pode trazer mais combustível para novas explosões de preços no mercado do boi.

Com a notícia de que as autoridades alfandegárias da China autorizaram a entrada da carne brasileira que tenha recebido o certificado sanitário antes de 4/9, os compradores paulistas aguardam um posicionamento do mercado para abrir as compras e os vendedores observam o movimento para ofertar seus animais.

O Indicador do Boi Gordo/CEPEA, teve sua maior valorização mensal em novembro e a arroba salta de R$ 315,90/@ para R$ 316,90/@ nesta terça-feira, acumulando uma valorização de quase 23,26% no mês de novembro. Só no mês de novembro a alta já chegou a R$ 56,51/@, apoiado na baixa oferta de boiada gorda. Veja o gráfico!

Segundo o app da Agrobrazil, os preços na praça paulista estão variando de 310,00/@ a R$ 320,00/@. A melhor negociação, informada neste domingo, ficou para Mirandópolis/SP, com preço pago de R$ 320,00/@ na boiada gorda, com pagamento à vista e abate no dia 01 de dezembro.

A Scot Consultoria, apontou que os preços ficaram estáveis na comparação diária. O boi gordo está sendo negociado em R$315,00/@, a vaca gorda em R$290,00/@ e a novilha gorda em R$302,00/@, preços brutos e a prazo. Entretanto, alguns pecuaristas, informaram negociações de até R$ 322,00/@, porém não houve ainda confirmação sobre as negociações.

Ainda assim, a referência de negócios sofre resistência para superar os R$ 320,00/@, os pecuaristas se mostram mais receptíveis a negociar nestes valores e a pressão causada pela escassez de oferta se esvaiu um pouco. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para nov/21, encerrou dia cotado em R$ 317,70/@, sem alterações significativas no comparativo diário.

O governo chinês anunciou nesta terça-feira, 23, que vai autorizar a importação de carne bovina brasileira certificada antes do dia 4 de setembro. Mesmo assim, o embargo ao produto brasileiro ainda permanece, mas já é um primeiro passo para a suspensão dos embargos chineses, apontou a Ministra.

“APESAR DE AINDA HAVER DÚVIDAS, AS EXPECTATIVAS SUGEREM QUE, GRADUALMENTE, A SITUAÇÃO DEVE ESTAR SE ACERTANDO ENTRE AMBOS OS PAÍSES”, ACREDITAM OS ANALISTAS DA IHS, REFERINDO-SE À INSISTÊNCIA DO GOVERNO CHINÊS EM MANTER O EMBARGO AO PRODUTO BRASILEIRO.

“O avanço das negociações com a Rússia precisa ser celebrado. Entretanto, o potencial de consumo é muito diferente do chinês”, ponderou Iglesias da Safras & Mercado.

O que foi para a China até agora?

O acumulado das exportações brasileiras de carne bovina para o maior país asiático este ano, e que veio se tornar o maior comprador da carne brasileira, está em 716,43 mil de toneladas de janeiro a outubro, o que significou uma receita de US$ 3,86 bilhões, segundo a plataforma de estatística de comércio exterior AgroStat, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Justamente no mês de setembro que foi registrado o maior volume mensal já exportado para a China: 112,1 mil toneladas, o que gerou uma receita de US$ 687 milhões. Outubro encerrou com 8,2 mil toneladas e US$ 50,8 milhões de receitas.

Embarques em queda

Em relação ao mercado externo, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) reportou que a média diária exportada de carne bovina in natura durante as três primeiras semanas de novembro ficou em 4,90 mil toneladas por dia, volume 41,6% inferior à média de novembro de 2020, mas um avanço de 19,1% frente à média de outubro de 2021.

“A presença de outros mercados consumidores continua auxiliando na retomada dos embarques, mas o desempenho atual está longe das máximas vistas nos meses anteriores, antes da saída da China”, observa a IHS Markit.

Até o momento, novembro/21 totaliza 58,75 mil toneladas do produto enviadas para fora do País, com receita acumulada de US$ 289,76 milhões.

“Caso concretize esse padrão pelos próximos oito dias úteis, o volume exportado pelo Brasil deve ficar em torno das 95 mil toneladas”, prevê a Agrifatto.

Atacado

Os preços da carne seguem subindo no atacado. O ambiente de negócios sugere pela continuidade do movimento de alta no curto prazo, em linha com o ápice da demanda no mercado doméstico. “O fato da China autorizar a entrada de carne bovina brasileira que foi credenciada até o dia 03 de setembro representa um avanço importante. Essa carne que estava aguardando o aceite chinês não será disponibilizada no mercado doméstico, aumentando a propensão a reajustes. Como limitador resta a pouca capacidade do consumidor brasileiro em absorver novos reajustes da carne bovina no varejo”, disse o analista.

Assim, o quarto dianteiro foi precificado a R$ 15,90 por quilo, alta de R$ 0,40. A ponta de agulha foi precificada a R$ 15 por quilo, alta de R$ 0,10.

Fonte: comprerural.com.br