Preços do glifosato continuam em elevação. Análise da Scot Consultoria, aponta para um aumento superior a 30% no último ano.
A arrancada nos preços do herbicida glifosato – defensivo mais utilizado nas lavouras mundiais -, que começou ainda no primeiro semestre de 2007, já ensaia uma tendência inversa, mas só na China. O maior produtor e exportador mundial viu a cotação do produto despencar do alto dos US$ 14 o quilo (em julho), para apenas US$ 4,80 – valor negociado por lá na última semana. Por aqui, os preços do glifosato continuam em elevação. Análise da Scot Consultoria, aponta para um aumento superior a 30% no último ano.
“As empresas que apostaram no glifosato agora vão vender mais barato, com uma margem menor”, calcula Hirata. E, segundo ele, a questão é saber até onde vai essa queda. Em 2006, o glifosato estava cotado em Xangai a US$ 3,28. De acordo com os cálculos do consultor, a indústria chinesa ainda opera com margem de lucro. O investimento aplicado nas plantas industriais resultou em um aumento considerável da oferta do produto em solo chinês, “e agora o País ainda está na entressafra, o que pressiona o preço da commodity ainda mais para baixo”, acrescenta Hirata.
Mas esses preços amenos que o produtor já encontra nas prateleiras chinesas, só devem começar a ser praticados aqui no próximo ano, com o “aval da Monsanto, que regula os preços no mercado interno”, pondera Aedson Pereira, consultor da AgraFNP. E, ainda segundo ele, trazer o produto “de lá para cá é complicado”. “Nós já estamos plantando a safra 2009, está em cima da hora. O Brasil só deve absorver esse tombo da China a partir de janeiro, período de entressafra por aqui”. No nosso aquecido mercado interno de defensivo não se encontra glifosato abaixo dos US$ 10 o quilo, em alguns mercados ainda é praticado os US$ 14. A expectativa de preços mais baixos fica para a safrinha.
Por: GAZETA MERCANTIL –Gilmara Botelho