Entidades lutam para o aumento de R$ 10 milhões no programa de subvenção ao prêmio

A contratação de seguros na pecuária tem crescido muito no país no últimos anos, no entanto o acesso ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) na modalidade pecuária ainda é baixo. No início de março, algumas associações e representantes do setor se uniram para pedir mudanças no programa em Brasília, DF, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A iniciativa recebeu apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), juntamente com a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), que protocolaram o pedido de revisão do PSR. O pedido foi entregue ao Mapa, durante reunião com o diretor do departamento de gestão de risco, Vitor Ozaki.

De acordo com a corretora, Karen Matieli, especialista em seguro de animais, e proprietária da Denner Seguro de Animais, seria necessário à inclusão de R$ 10 milhões no PSR na modalidade pecuário. “Atualmente a pecuária tema acesso apenas a R$ 1 milhão, pois sofremos com a divisão que é feita com outras culturas e no fim das contas os pequenos e médios produtores não tem acesso ao programa. Deveríamos ter uma verba destinada a subsidiar apólices de pecuário bovino, assim como tem o milho e a soja, afinal a pecuária tem importante papel na economia do País”, diz.

A agropecuária é uma das principais atividades economicas do Brasil e tem conseguido cada vez mais destaque nos últimos anos. No ano passado o setor chegou a responder por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A pecuária tem evoluído muito nos últimos anos e o resultado do PIB comprova isso. É cada vez maior a demanda por parte dos produtores pelo seguro rural, falta o governo nos apoiar. Somente 0,24% de subvenção para a pecuária como é hoje, é muito pouco, precisaríamos de muito mais para atender a demanda atual”, destaca Karen.

Para o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, com estas mudanças na redistribuição solicitada ao Mapa, tantos os produtores quanto o mercado em geral serão beneficiados. “O seguro é ferramenta de mitigação de riscos, onde transferimos à seguradora os riscos incertos de nossa atividade. Muitos pecuaristas deixaram sua atividade em virtude de perdas catastróficas. Precisamos evoluir, pois o agro que sustenta esse País e também precisa se proteger”, destaca.

Atualmente o Brasil tem mais de 1,3 milhão de produtores de leite de acordo com o último censo agropecuário. Segundo Borges, com as mudanças na subvenção ao seguro rural na modalidade pecuário a atividade só tem a crescer.

“O produtor de leite tem um papel extraordinário na economia do País, pois é a maior categoria de produtores rurais no Brasil, sendo a que mais segura o homem no campo, gerando empregos e evitando o êxodo rural. Quando se tem mais segurança, você se torna disposto a investir.  Um exemplo simples, um produtor que terá o benefício para contratar o seguro pecuário, certamente irá adquirir animais com genética, capazes de aumentar a eficiência em sua propriedade”, completa.

Já o presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, destacou no comunicado protocolado e enviado ao Mapa a inclusão de uma rubrica específica para a pecuária no Plano Agrícola e Pecuário (PAP-2018), que contemple subvenção de seguro para os sistemas de cria, recria, engorda e para os animais melhoradores inscritos no Serviço de Registro Genealógico (SRG) de cada associação nacional/brasileira. “Face ao baixo valor disponibilizado para a pecuária, muitos produtores não conseguem acesso ao seguro rural, o que deixa a mercê de riscos e faz com que deixem a atividade”, disse.

Agora o setor aguarda um posicionamento do Mapa, que se comprometeu a realizar um estudo de viabilidade orçamentária e a necessidade, buscando uma autorização já para a safra 2018/2019. “O primeiro passo foi dado, iniciamos um pleito de R$ 5 milhões para o seguro pecuário. Sabemos que o valor ainda está bem abaixo da demanda que temos, já que projetamos nos próximos anos chegar a R$ 50 milhões. Mas já é um grande passo nesta longa caminhada”, finaliza Karen.

Fonte: Rural Press