Manter os animais no pasto tem sido alternativa para não ter prejuízo. Greve dos caminhoneiros e frio em maio contribuíram para desvalorização.

As frequentes quedas na arroba do boi gordo foram bastante sentidas na fazenda do pecuarista José Delcaro, que fica em Tangará da Serra, no oeste de Mato Grosso.

“Hoje o boi está 130 reais a arroba. Em 2015 eu vendi a R$ 146 a arroba. Após três anos nós perdemos 10%”, diz o pecuarista.

Manter os animais no pasto foi a alternativa que o pecuarista encontrou para não ter mais prejuízos. Ele confina cerca de três mil animais por ano, adiou o começo do confinamento em quase quarenta dias. Ele quer esperar que o preço da arroba do boi melhore e também, que os custos com a ração, diminuam.

O criador fez cerca de cinco mil toneladas de silagem para alimentar o gado este ano, mas ainda vai precisar comprar parte do milho que usa misturado na ração. Com isso, prevê que os custos para confinar os animais aumentem em 20%.

O setor, começou o ano com a arroba em torno de 133 reais, mas fecha o semestre, com o preço médio do boi gordo cotado em aproximadamente R$ 127 reais.

Este ano a desvalorização foi bem maior que o previsto por causa de alguns fatores ocorridos ainda em maio.

“Nós tivemos dois episódios que normalmente não acontecem, um frio tão prolongado em maio, que fez com que alguns produtores aumentassem a oferta de seus animais para o abate, e uma coisa que nunca tinha acontecido, que foi a greve dos caminhoneiros, que fez com que praticamente durante dez dias o pecuarista não tivesse condição de entregar os animais para o abate, e os animais foram represados nas propriedades e quando tudo voltou ao normal, houve oferta maior”, comenta Luciano vacari, diretor executivo Acrimat.

Fonte: Globo Rural