Após vários meses de intranquilidade e caminhões boiadeiros de dois pisos parados por fiscais em postos rodoviários em função da altura considerada acima do permitido pela legislação, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou hoje (dia 12/12), no Diário Oficial, a deliberação Nº 177 que aumenta a altura máxima desses caminhões de 4,4 para até 4,7 metros. A medida também dispensa a emissão de Autorização Especial de Trânsito (AET) para esse tipo de veículo.

A questão vinha se arrastando desde 2016, quando se tentou uma solução por meio do projeto de lei 9392, do deputado Zé Silva (SD-MG), mas devido à demora em sua tramitação no Congresso, representantes dos caminhoneiros, apoiados pelos frigoríficos, recorreram ao Ministério da Infraestrutura e o Denatran para obter uma regulamentação rápida e acabaram conseguido o apoio do órgão.

A medida favorece o bem-estar animal tanto no embarque e traslado quanto no desembarque. Foto: Janaina Braga, Grupo Etco

“Trata-se de uma conquista decorrente do esforço de vários profissionais do setor para reformulação das regras de transporte de gado, medida que beneficia toda a cadeia produtiva bovina, pois favorece o bem-estar dos animais tanto no embarque e traslado quanto no desembarque, reduzindo a ocorrência de hematomas nas carcaças, causa de prejuízo tanto para a indústria quanto para os pecuaristas. Com isso, a medida contribui para a melhoria da qualidade da carne brasileira”, diz Everton Adriano Andade, especialista corporativo de bem-estar animal da Friboi.

Segundo levantamento feito pelo Etco (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia Animal), em 4.235 machos zebuínos enviados para abate na planta de Diamantino, MT, pertencente à Friboi, 63% dos machos inteiros engordados a pasto tinham altura superior a 1,60 metro, o que deixa pouco espaço em relação ao teto da carreta, podendo gerar estresse e contusões durante o transporte. Adequações estão sendo feitas e os novos caminhões terão a altura mais alta.

 

Fonte: https://www.portaldbo.com.br