Confira como o mercado asiático tem se comportado, frente à luta contra a pandemia de Covid-19
O mercado chinês tem sido o maior e melhor consumidor de produtos agrícolas brasileiros. Em 2018, juntamente com Hong Kong, foram exportados US$ 37,9 bilhões em produtos agropecuários. No ano passado foram US$ 33,1 bilhões.
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), vem mapeando esses dois mercados para entender o comportamento de compras em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A análise da entidade é semanal e compreende também outros importantes clientes brasileiros, além do mercado interno. Confira a análise para o período de 30 de março a 3 de abril, para o mercado chinês.
Os principais acontecimentos foram:
# O comércio eletrônico de carnes registrou, em meados de março, aumento de 400% de suas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior. Diversos produtos processados e congelados apresentaram desempenho de vendas 200% superior à média histórica.
# Os dados oficiais chineses indicam uma melhora expressiva da situação da pandemia no país ao longo do mês de março. Nas últimas semanas não foram registrados casos de contaminação local, motivando o progressivo retorno das atividades econômicas.
# Relatórios apontam que 88% das empresas do setor agrícola já teriam retomado suas atividades. Segundo a “National food and Strategic Reserves Administration”, 97% das principais empresas nacionais de fornecimento agrícola e 63% das empresas de processamento de grãos também já teriam retomado suas atividades.
# O Ministério dos Transportes adotou medidas conjuntas com o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais (MARA) para assegurar o transporte nacional de insumos agrícolas com vistas a viabilizar o plantio da safra 2020/2021.
# Nos últimos meses, foram adicionadas 7.000 novas posições para conexão de contêineres refrigerados nos portos de Xangai e Tianjin, aumentando a capacidade de armazenamento de cargas refrigeradas em cerca de 40%.
# O Porto de Xangai, que chegou a registrar queda de 20% no processamento de contêineres durante o mês de fevereiro, tem conseguido reduzir o acúmulo de cargas refrigeradas, mas mantém a ocupação próxima de 80%
#De acordo com consultorias privadas, a pandemia da Covid-19, somada aos impactos da epidemia de peste suína africana na produção chinesa de proteína animal e do avanço da praga “fall armyworm” na produção de milho do país, teriam afetado severamente a produção agrícola doméstica, havendo riscos reais de desabastecimento de alimentos ao longo do ano.
# As autoridades chinesas estão preocupadas com o os novos casos “importados” da Covid-19 no país. Com o fim das quarentenas e a recente liberação dos deslocamentos na província de Hubei, as autoridades estão em alerta para a possibilidade de um novo pico da doença. Em vista disso, novas medidas de contenção estão sendo implementadas nos últimos dias, incluindo o fechamento de locais públicos e medidas de distanciamento social em algumas cidades.
# Redução de voos internacionais tem dificultado envio de documentos originais e carregamentos de soja.
# Segundo depoimentos, a logística para comércio de soja está operando normalmente.
# Os supermercados na cidade de Cantão têm aumentado a oferta de carne, legumes, frutas e outros produtos alimentícios. A venda de carne nos mercados da cidade subiu 400% e de legumes 10%.
# Durante a pandemia, foi prejudicada a produção de sementes, fertilizantes, pesticidas, alimentos para animais, bem como a logística de distribuição em Cantão. (Fonte: CNA)
Fonte: www.portaldbo.com.br