Confira os destaques do DBO Entrevista com a participação de Ticiane Figueirêdo, que fala sobre o futuro promissor do crédito no agronegócio

Faltando 14 dias para o fim da adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), a advogada Ticiane Figueirêdo alerta: a documentação é crucial na hora de o produtor acessar o crédito rural. E vai além: se o produtor já tiver aderido ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), ele passa a ter mais garantias de crédito.

Para Ticiane, que é especialista em crédito ao agronegócio e em operações de barter, o CAR é uma ferramenta que pode ajudar na gestão da fazenda. Isso tem uma boa razão de ser  porque as regras de crédito devem andar em linha com índices de sustentabilidade.

Num momento em que todo o mundo olha para o Brasil, o compliance ambiental está sendo cada vez uma ferramenta do próprio financiador”, diz Ticiane.

Ela foi a convidada do programa DBO Entrevista que foi ao ar nessa quarta-feira (16/12). Ticiane também é professora convidada da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), no Agribusiness Advanced Course, e no curso educANDAV de Operações Estruturadas de Barter e “Noções Jurídicas para o Crédito e Cobrança”, da Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários (ANDAV). O tema do programa foi crédito rural e as grandes novidades que estão surgindo como a Lei do Agro, sancionada este ano.

O futuro no campo ter mais opções de crédito ao produtor com a regulamentação da Lei do Agro

Lei do Agro é um marco traz oportunidades e desafios, ao ampliar as garantias de crédito ao agronegócio”, diz Ticiane.

O crédito rural do futuro

Quando estiver regulamentada, a Lei do Agro promete atrair mais capital para financiar o setor. Além dos fluxos de dinheiro com juros subsidiados pelo governo federal, que de julho a novembro, somaram R$ 108,7 bilhões, o produtor passa a ter mais fontes de acesso de capital, como a novidade do Fundo Garantidor Solidário (FGS).

O Fundo Garantidor Solidário, que a lei trouxe, é como se fosse um aval cruzado entre os produtores rurais. É um instrumento que pode baixar a taxa de juros. O fundo só depende, agora, da regulamentação. Mas o mercado está animado”, diz Ticiane.

Check list da documentação

Ter a documentação em dia é o primeiro passo para o acesso às linhas de financiamento. Confira os documentos principais, elencados por Ticiane.

  • Matrícula do imóvel (fazenda) atualizada e georreferenciada
  • Contrato de arrendamento de comodato ou de parceria (se o produtor não for o dono da terra). Este documento precisa estar devidamente formalizado, contendo as cláusulas e condições sobre o uso da terra
  • Certidões do Ibama
  • Cadastro Ambiental Rural (CAR)

Barter na pecuária

Uma das grandes especialistas de barter – que a grosso modo é a ferramenta de troca da produção da fazenda por insumos e que se tornou uma grande ferramenta crédito para a agricultura – ainda não vingou na pecuária. Ele explica o motivo:

Na pecuária, eu acredito que não pegou pelo próprio modelo de mercado. Muitos pecuaristas têm formas próprias de monetização e conseguem pagar determinados custos à vista”, explica Ticiane.

Apesar de ser pouco explorado, o barter é uma boa opção para cobrir os custos da produção. E com o benefício de não ter juros embutidos na operação.

Confira a entrevista da íntegra:https://www.youtube.com/embed/Qph6BtJWuec?feature=oembed