25 de junho de 2021

Pecuarista lucrava mais com arroba mais barata? A situação não é boa e, o poder de compra, pode piorar ainda mais se arroba continuar a R$ 320,00!

Os preços do boi gordo subiram em relação as semanas anteriores, mas não quer dizer que o pecuarista está com melhores margens na atividade. Pelo contrário, o poder de compra e a relação de troca frente aos insumos vem decaindo e tem muito pecuarista que pode tomar prejuízo ao longo deste ano, principalmente no segundo semestre!

Preços estáveis hoje no Brasil é igual a perda de poder de compra. Mesmo com o preço do boi gordo se mantendo próximos aos R$ 320,00/@ no atual mês, o poder de compra do pecuarista era maior quando ele negociava à R$ 290,00/@ em janeiro de 2021.

E a situação pode piorar, caso a escalada da inflação (IGP-DI) permaneça e o preço negociado atualmente na B3 para outubro/21 (R$ 321,50/@) se consolide, teremos o pior ano para a evolução do preço da arroba do boi gordo desde 2012.

Para o pecuarista manter o mesmo poder de compra de janeiro de 2021, estima-se que o preço do boi deveria ficar acima dos R$ 345,00/@ em outubro/21.

A dicotomia é grande, afinal estamos diante do ano de menor abate de bovinos do país dos últimos 12 anos e com uma perspectiva de desvalorização para os próximos meses, apontou as informações da Agrifatto.

Pois é, muito se tem debatido ao longo do ano sobre os futuro do boi gordo diante dessa pressão na oferta e, claro, em relação ao ciclo pecuário que estamos vivenciando neste momento. A pressão positiva nos preços da reposição trouxe negociações de animais jovens vendidos a R$ 20,00/kg e gado magro com preços de R$ 330,00/@.

Esses valores fogem da realidade para a venda dos animais que, mesmo tendo realizado a trava no mercado futuro, dificilmente a conta irá fechar de forma positiva e, os riscos envolvidos nas operações são grandes neste momento de mercado flutuante.

As exportações, ora estáveis, são muito dependentes dos países asiáticos, o que pode ser um “tiro no pé”, tendo em vista que a China já vem regularizando o seu plantel de suínos e deverá, gradativamente, se retirar da compra de grandes volumes. Além disso, a arrobo do boi brasileiro é a segunda mais cara do mundo e, com isso, perdemos grande parte da competitividade neste momento.

O ritmo de embarques de carne bovina no decorrer do mês de junho segue positivo, ainda com um bom volume de exportação destinado ao mercado chinês. “Entretanto, este resultado faz menção a contratos firmados anteriormente. A preocupação com a constante queda dos preços na China diz respeito ao desempenho das exportações brasileiras de proteína animal no segundo semestre e em 2022. Com preços mais baixos dentro do mercado chinês, não há necessidade de pagar tão caro pela proteína animal e possivelmente não haverá necessidade de aquisição de volumes tão expressivos”, alertou o analista da Agência Safras

Cai diferença entre valores da arroba do boi gordo e da carne bovina no atacado, aponta Cepea

A diferença entre os preços do boi gordo e da carcaça casada bovina está em 9,01 Reais/@ neste mês de junho (até o dia 22) – com vantagem do animal –, um pouco abaixo da observada em maio, de 11,67 Reais/@. Trata-se, também, da segunda menor diferença deste ano, atrás apenas da registrada em janeiro/21, que foi de 5,27 Reais/@.

Preço do boi gordo pelo país

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 318,84/@, na quarta-feira (23/06), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 304,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,54/@.

Na bolsa brasileira, a B3, os contratos futuros do boi gordo tiveram nova queda, sendo que apenas o vencimento mais curto teve uma leve alta. O ajuste do vencimento para junho passou de R$ 318,50 para R$ 319,00, do outubro caiu de R$ 320,60 para R$ 317,25 e do novembro, de R$ 323,80 para R$ 319,80 por arroba.

Fonte: comprerural.com.br