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Proteína animal é 90% diferente de plant based, diz Nature; Estudo conclui que alternativas à carne são insuficientes para substituí-la.

A prestigiosa revista científica Nature publicou, no início deste mês, um estudo que mostra uma diferença de 90% entre os plant based e as proteínas de origem animal no metabolismo nutricional de humanos.

A pesquisa, assinada por sete cientistas da Universidade de Duke, visou comparar os produtos em face à nova onda de “carnes vegetais”, que tem atraído consumidores, a fim de, efetivamente, avaliar se tais produtos são substitutos nutricionais à carne.

CARNE BOVINA APRESENTOU 22 ELEMENTOS NUTRICIONAIS A MAIS QUE A “CARNE VEGETAL”. 

Para isso, os pesquisadores fizeram uma comparação metabólica entre 18 amostras de um produto plant based e carne moída convencional de gado angus criado a pasto. Apesar das semelhanças nos rótulos nutricionais, a análise metabólica apontou diferença de 90% em metabólitos entre os produtos.

Os metabólitos são compostos intermediários que são gerados ou sintetizados a partir do início da digestão dos alimentos, ou seja, quando os ingredientes começam a ser digeridos por enzimas. Na comparação do estudo laboratorial, os resultados foram bastante diferentes.

Entre os nutrientes em comum, a carne convencional de gado permitiu a digestão de 190 metabólitos, enquanto os plant based não sintetizou 171 deles. Além disso, 22 elementos nutricionais estavam presentes apenas na carne bovina e outros 51 tiveram níveis menores nos plant based.

Por exemplo, nutrientes como ácido docosahexaenóico (ω-3), niacinamida (vitamina B3), glucosamina, hidroxiprolina e os antioxidantes alantoína, anserina, cisteamina, espermina e esqualeno foram encontrados apenas na carne bovina.

A “carne vegetal”, no entanto, apresentou 31 ingredientes de forma exclusiva e outros 67 em maiores quantidades. Entre eles, o ascorbato (vitamina C), fitoesteróis e vários antioxidantes fenólicos, como a loganina, sulfurol, ácido seringico, tirosol e ácido vanílico.

Complementares

O estudo conclui que “as grandes diferenças em metabólitos dentro de várias classes de nutrientes fisiológicos, antiinflamatórios ou com funções imunomoduladoras indicam que esses produtos não devem ser vistos como nutricionalmente intercambiáveis, mas podem ser vistos como complementares em termos de nutrientes fornecidos”.

Os pesquisadores enumeraram ainda quais classes de nutrientes apresentam tais diferenças como, por exemplo, aminoácidos, dipeptídeos, vitaminas, fenóis, tocoferóis e ácidos graxos.

Contudo, a pesquisa não aponta se um produto é mais saudável que o outro. “As novas informações que fornecemos são importantes para a tomada de decisões informadas por parte dos consumidores e profissionais de saúde. Não pode ser determinado a partir de nossos dados se alguma das fontes é mais saudável para o consumo”.

Vale ressaltar que a indústria frigorífica tem investido nessa tecnologia de produzir carne em laboratório. A BRF é a única empresa brasileira de alimentos a participar da segunda rodada internacional de investimento da Aleph Farms, startup israelense e um dos principais players mundiais em carne cultivada, desenvolvida a partir de células bovinas não geneticamente modificadas. A Companhia investiu US$ 2,5 milhões nesta operação, somando-se a outras corporações e pessoas físicas.

Adaptado do Ag Evolution

Fonte: site comprerural.com.br