A dinâmica dos negócios envolvendo gado para reposição ainda vem mostrando irregularidade em termos de liquidez, informa a IHS Markit

Foto divulgação – Portal DBO

A maior oferta de animais disponível para venda, associada ao baixo suporte de pasto e níveis elevados nos preços das principais rações, continua impactando de forma distinta os fluxos comerciais de animais jovens, relatam os analistas da IHS Markit.

“Embora em algumas praças pecuárias a liquidez dos negócios tenha dado sinais de recuperação, em outras regiões as efetivações de compras evoluem de forma inconsistente, refletindo a cautela entre os compradores”, afirma a IHS.

Com isso, os preços das categorias de reposição oscilaram de forma distinta entre as regiões pecuárias.

Nas praças da região Norte, a dinâmica de negócios esboçou recuperação ao longo desta semana, o que permitiu a formação de preços aparentemente mais firmes.

“As altas nas cotações, embora tímidas, foram ocasionadas pela maior presença de confinadores na região, com destaque para vendas de garrotes e novilhas com mais de 10 arrobas”, informa a IHS, referindo-se às praças do Norte brasileiro.

Na praça de Tocantins, observa a consultoria, atualmente, há uma preferência pela compra de Nelore em detrimento do cruzamento industrial. Também há uma maior procura por novilhas, em função da aproximação da estação de monta.

Na região Centro-Oeste, muita volatilidade nos preços locais, observa a IHS. Nas praças do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as cotações recuaram para todas as categorias, com exceção das novilhas de ano.

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Por sua vez, em Goiás, preços dos animais jovens seguem mais firmes, em função de parcerias entre pecuaristas e frigoríficos locais em projetos de engorda em confinamento.

No Sudeste do País, os preços da reposição no mercado paulista se mostraram mais firmes diante de uma oferta mais enxuta, relata a IHS. Em Minas Gerais, as cotações seguem estáveis, refletindo a procura inconsistente.

Na região Sul, os preços dos animais de reposição se mantiveram firmes no Paraná, mas cederam nas praças do Rio Grande do Sul, devido à maior oferta de várias categorias e ausência de compradores, informa a IHS.

Ajustes nos preços – No balanço geral, na média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados e Estados pesquisados pela Scot Consultoria, as cotações fecharam a semana com ajuste positivo de 1,9%.

Neste intervalo, os preços, de acordo com a apuração da Scot, trabalharam firmes, tanto para os machos quanto para as fêmeas.  Do lado dos machos, a alta na semana foi de 2% na média de todos os estados e categorias. Para as fêmeas, na mesma base de comparação, o avanço foi de 1,8%.

“Com a arroba do boi gordo firme e os preços dos insumos mais em conta, as cotações ganharam sustentação”, relata a zootecnista Thayná Drugowick, analista da Scot, que acrescenta: “Apesar da procura aquecida, a pedida de preços em patamares mais elevados travam as negociações”.

Em leilões, ocorrem vendas acima do preço de referência, entretanto, são negociações pontuais, afirma a analista.

“Outro ponto que também deve ser levado em consideração é a qualidade das pastagens, que devido ao período seco, estão com baixa capacidade de suporte, limitando as negociações”, ressalta. Para o curto prazo, a expectativa é de manutenção de preços e poucos negócios, prevê Thayná.

Fonte: portaldbo.com.br